Nomenclatura
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Nomenclatura
“O engenheiro fez uma fogueira e nela colocou as piritas, cuja composição era carvão, sílica, alumínio e sulfeto de ferro (II). Em dez ou doze dias, o sulfeto de ferro (II) se transformaria em sulfato de ferro (II) e o alumínio em sulfato de alumínio, substância solúvel, ao contrário dos outros produtos da operação, como a sílica e o carvão.” (A Ilha Misteriosa – Júlio Verne). A partir das informações do texto e, também, de seus conhecimentos, assinale o correto.
A) O sulfato de alumínio anidro tem composição percentual aproximada de 16 partes de alumínio, 28 partes de enxofre e 56 partes de oxigênio.
B) A pirita ou ouro de tolo é um minério constituído de ferro, enxofre e alumínio.
C) Na hipótese de ocorrer a formação de sulfato de ferro a partir do sulfeto de ferro, o ferro sofreria uma reação de redução.
D) O carvão e o alumínio são substâncias simples e a sílica é uma mistura heterogênea de quartzo, mica e feldspato.
Gabarito: A
Como faço para traduzir a nomenclatura do sulfeto de ferro II e sulfato de ferro II em fórmula química?
A) O sulfato de alumínio anidro tem composição percentual aproximada de 16 partes de alumínio, 28 partes de enxofre e 56 partes de oxigênio.
B) A pirita ou ouro de tolo é um minério constituído de ferro, enxofre e alumínio.
C) Na hipótese de ocorrer a formação de sulfato de ferro a partir do sulfeto de ferro, o ferro sofreria uma reação de redução.
D) O carvão e o alumínio são substâncias simples e a sílica é uma mistura heterogênea de quartzo, mica e feldspato.
Gabarito: A
Como faço para traduzir a nomenclatura do sulfeto de ferro II e sulfato de ferro II em fórmula química?
Última edição por MichaelRocha em Seg 2 Out - 21:46, editado 1 vez(es)
MichaelRocha- Padawan
- Mensagens : 58
Data de inscrição : 13/02/2020
Re: Nomenclatura
Olá! Eu particularmente gosto de ir por partes e depois juntar todo. Analise o nome do composto separadamente:
Sulfato de ferro II
Começando pelo sulfato. Uma boa ideia é lembrar qual ácido originou esse ânion; Cada ânion tem o seu ácido, portanto é uma ótima ideia ter os principais em mente.
\(H_2SO_4 \implies Sulfato = SO_4 ^{2-} \)
Analisar pelo ácido original também é uma boa para saber qual o nox do ânion. No ácido, a soma total do nox será zero, então se o \(H_2\) (que possui Nox +1 graças ao \(H^+\) ) se equilibra com um ânion cuja soma total resulta em zero, então só se esse ânion possuir Nox -2. Isso pode ajudar bastante em várias questões.
Agora para o ferro. O II ao seu lado indica o seu número de oxidação no composto formado, então agora você pode juntar os dois:
\(Fe^{+2} SO_4 ^{-2}\)
Para que os nox se equilibrem, é só aplicar aquela técnica do escorrega (ou do escorregão, peteleco). Logo:
\( \boxed{FeSO_4} \)
Agora para o sulfeto de ferro II a análise será a mesma. Cabe a você lembrar a terminação dos ácidos e qual nomenclatura dos ânions elas implicam ( ácido ...ico --> ...ato; ácido ... ídrico --> ...eto; ácido ...oso --> ...ito)
Sabendo disso você deduz que se o composto é um sulfeto, originou-se de um ácido ... ídrico, portanto o ácido sulfídrico.
\(H_2 S \implies sulfeto = S^{-2}\)
Ferro II implica nox +2, portanto, juntando os dois:
\(Fe^{+2}S^{-2} \implies \boxed{FeS}\)
Ficou claro? Era essa sua dúvida? Qualquer outra só mandar!
Sulfato de ferro II
Começando pelo sulfato. Uma boa ideia é lembrar qual ácido originou esse ânion; Cada ânion tem o seu ácido, portanto é uma ótima ideia ter os principais em mente.
\(H_2SO_4 \implies Sulfato = SO_4 ^{2-} \)
Analisar pelo ácido original também é uma boa para saber qual o nox do ânion. No ácido, a soma total do nox será zero, então se o \(H_2\) (que possui Nox +1 graças ao \(H^+\) ) se equilibra com um ânion cuja soma total resulta em zero, então só se esse ânion possuir Nox -2. Isso pode ajudar bastante em várias questões.
Agora para o ferro. O II ao seu lado indica o seu número de oxidação no composto formado, então agora você pode juntar os dois:
\(Fe^{+2} SO_4 ^{-2}\)
Para que os nox se equilibrem, é só aplicar aquela técnica do escorrega (ou do escorregão, peteleco). Logo:
\( \boxed{FeSO_4} \)
Agora para o sulfeto de ferro II a análise será a mesma. Cabe a você lembrar a terminação dos ácidos e qual nomenclatura dos ânions elas implicam ( ácido ...ico --> ...ato; ácido ... ídrico --> ...eto; ácido ...oso --> ...ito)
Sabendo disso você deduz que se o composto é um sulfeto, originou-se de um ácido ... ídrico, portanto o ácido sulfídrico.
\(H_2 S \implies sulfeto = S^{-2}\)
Ferro II implica nox +2, portanto, juntando os dois:
\(Fe^{+2}S^{-2} \implies \boxed{FeS}\)
Ficou claro? Era essa sua dúvida? Qualquer outra só mandar!
Zeroberto- Jedi
- Mensagens : 374
Data de inscrição : 14/12/2022
Idade : 19
Localização : Jaguariaíva - PR
Re: Nomenclatura
Entendi, dessa forma fica bem mais fácil. Obrigado!
Com o composto dicromato de potássio seria a mesma lógica?
Com o composto dicromato de potássio seria a mesma lógica?
MichaelRocha- Padawan
- Mensagens : 58
Data de inscrição : 13/02/2020
Re: Nomenclatura
Sim, mas nesse composto o cuidado tem que ser maior.
O ânion dicromato é proveniente daqueles ácidos com uma nomenclatura nada convencional (se comparado aos ácidos normais, como o sulfídrico, clorídrico, sulfúrico, fosfórico, etc). Acho interessante apresentar a você esse ácido e um outro porque eles podem gerar confusões.
Quando se faz a nomenclatura de ânions, ela é baseada no nox do elemento central. Acredito que você já tenha visto isso, mas se não viu, dê uma olhada. Ácidos com Nox+7, por exemplo, receberão um ânion com nomenclatura per...ato (mesma regra que comentei no post passado). E, conforme o nox desse elemento central vai diminuindo, a nomenclatura muda. Veja:
\(HClO_4 = ácido \; perclórico \implies ClO_4 ^- = ânion \; perclorato \)
\(HClO_3 = ácido \; clórico \implies ClO_3 ^- = ânion \; clorato \)
\(HClO_2 = ácido \; cloroso \implies ClO_2 ^- = ânion \; clorito \)
\(HClO = ácido \; hipocloroso \implies ClO ^- = ânion \; hipoclorito\)
Isso não significa que todo elemento central com nox +5 receberá o sufixo ico ou nox +3 receberá sufixo oso, só citei exemplos.
Mas certos dois ácidos, chamados ácido crômico e ácido dicrômico possuem uma particularidade: o cromo possui o mesmo nox +6 nos dois elementos. Para diferenciá-los, deram ao segundo o prefixo di por possuir dois cromos.
\(H_2 Cr O_4 = ácido \; crômico\)
\(H_2 Cr_2 O_7 = ácido \; dicrômico\)
Eu te expliquei tudo isso porque o prefixo di no dicromato de potássio poderia te levar a induzir que o ânion cromato apareceria 2 vezes, o que não é o caso. Dicromato já é o nome do ânion, que, pela fórmula do seu ácido, possui nox -2. Já o potássio, da família 1A, possui nox fixo +1, logo precisaríamos de dois potássios para equilibrar o composto, portanto:
\( \boxed{K_2 Cr_2 O_7}\)
Outro motivo pelo qual te falei todas essas coisas é porque nos óxidos (não sei se você já os estudou), a nomenclatura é fortemente baseada no número de átomos de cada elemento, como dióxido de carbono \( (CO_2) \), monóxido de nitrogênio \( (NO) \) e assim vai. Então o di do ácido poderia te levar a concluir o mesmo raciocínio nos ácidos porque, convenhamos, se não soubermos (de cabeça) quem é o ânion dicromato, poderíamos errar bonito na construção do composto.
O ânion dicromato é proveniente daqueles ácidos com uma nomenclatura nada convencional (se comparado aos ácidos normais, como o sulfídrico, clorídrico, sulfúrico, fosfórico, etc). Acho interessante apresentar a você esse ácido e um outro porque eles podem gerar confusões.
Quando se faz a nomenclatura de ânions, ela é baseada no nox do elemento central. Acredito que você já tenha visto isso, mas se não viu, dê uma olhada. Ácidos com Nox+7, por exemplo, receberão um ânion com nomenclatura per...ato (mesma regra que comentei no post passado). E, conforme o nox desse elemento central vai diminuindo, a nomenclatura muda. Veja:
\(HClO_4 = ácido \; perclórico \implies ClO_4 ^- = ânion \; perclorato \)
\(HClO_3 = ácido \; clórico \implies ClO_3 ^- = ânion \; clorato \)
\(HClO_2 = ácido \; cloroso \implies ClO_2 ^- = ânion \; clorito \)
\(HClO = ácido \; hipocloroso \implies ClO ^- = ânion \; hipoclorito\)
Isso não significa que todo elemento central com nox +5 receberá o sufixo ico ou nox +3 receberá sufixo oso, só citei exemplos.
Mas certos dois ácidos, chamados ácido crômico e ácido dicrômico possuem uma particularidade: o cromo possui o mesmo nox +6 nos dois elementos. Para diferenciá-los, deram ao segundo o prefixo di por possuir dois cromos.
\(H_2 Cr O_4 = ácido \; crômico\)
\(H_2 Cr_2 O_7 = ácido \; dicrômico\)
Eu te expliquei tudo isso porque o prefixo di no dicromato de potássio poderia te levar a induzir que o ânion cromato apareceria 2 vezes, o que não é o caso. Dicromato já é o nome do ânion, que, pela fórmula do seu ácido, possui nox -2. Já o potássio, da família 1A, possui nox fixo +1, logo precisaríamos de dois potássios para equilibrar o composto, portanto:
\( \boxed{K_2 Cr_2 O_7}\)
Outro motivo pelo qual te falei todas essas coisas é porque nos óxidos (não sei se você já os estudou), a nomenclatura é fortemente baseada no número de átomos de cada elemento, como dióxido de carbono \( (CO_2) \), monóxido de nitrogênio \( (NO) \) e assim vai. Então o di do ácido poderia te levar a concluir o mesmo raciocínio nos ácidos porque, convenhamos, se não soubermos (de cabeça) quem é o ânion dicromato, poderíamos errar bonito na construção do composto.
Zeroberto- Jedi
- Mensagens : 374
Data de inscrição : 14/12/2022
Idade : 19
Localização : Jaguariaíva - PR
Re: Nomenclatura
Muito obrigado Roberto, compreendi o processo, irei colocar em prática. Dificilmente encontraria essa explicação em livros, grato!
MichaelRocha- Padawan
- Mensagens : 58
Data de inscrição : 13/02/2020
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