Dúvida - Interfase + Nucléolo

Na Interfase os Nucléolos são visíveis. 

Nucléolos são agrupamentos de RNA ribossômico.

Na fase de divisão celular o nucléolo desaparece, os RNA se associam às proteínas formando os ribossomos.

Na Interfase o metabolismo celular é intenso, como diz um certo livro didático:

 ''Na interfase, a célula apresenta sua maior atividade metabólica, realizando praticamente todos os processos de síntese necessários ao seu desenvolvimento e função''


Minhas dúvidas: Se na interfase ocorre praticamente todos os processos de síntese necessários, então deve ocorrer síntese de proteínas, principalmente as proteínas do fuso mitótico, por exemplo. Sendo assim, concluímos que tem ribossomo já formado no núcleo celular, e ao mesmo tempo RNA ribossômico, durante a interfase. Mas qual é a finalidade do nucléolo desaparecer e formar ribossomo durante o ciclo celular ? Fico confuso com isso.  :scratch:

hugo araujo escreveu:Minhas dúvidas: Se na interfase ocorre praticamente todos os processos de síntese necessários, então deve ocorrer síntese de proteínas, principalmente as proteínas do fuso mitótico, por exemplo. Sendo assim, concluímos que tem ribossomo já formado no núcleo celular, e ao mesmo tempo RNA ribossômico, durante a interfase. Mas qual é a finalidade do nucléolo desaparecer e formar ribossomo durante o ciclo celular ? Fico confuso com isso.  :scratch:

Uma correção. 

Não tem ribossomo dentro do núcleo celular. As sínteses que utilizam ribossomo ocorrem no citoplasma, pelo menos é o que eu entendi quando li isso:

''Uma vez que o fuso se forma no citoplasma, é necessário que a carioteca desapareça para permitir que os cromossomos entrem em contato com as fibras do fuso''


Mas minha dúvida permanece - existe alguma explicação do porque o nucléolo desaparece, qual é a finalidade disso ?

Sua dúvida é antiga, mas achei ela agora e vou responder caso ainda queira saber.

Ocorre sim síntese de proteínas na interfase, mais especificamente na etapa G2, justamente no período antes da divisão celular, dado que a interfase é composta por G1 (em que a célula realiza suas funções, etapa de maior metabolismo), S (em que a célula duplica o material genético e os centríolos), G2 (síntese proteica) e depois vem a divisão.

Para haver síntese de proteínas, é necessário a presença de ribossomos. Dentro do núcleo há o nucléolo, os ribossomos são formados dentro do nucléolo a partir do RNAr (eles só migram para o citoplasma depois de desenvolvidos - e atuam lá). A interfase é apenas um período antes da divisão, a célula permanece sendo ela mesma, portanto, continua havendo núcleo, nucléolo, RNAr, ribossomos e proteínas.

Deve haver proteínas principalmente para a formação dos microtúbulos que gerarão as fibras do fuso, necessárias para afastar os centrômeros e portanto, separar o material genético. E também é uma proteína que mantêm unidas as cromátides irmãs (após a duplicação), chamada coesina.

Após terminar a etapa G2, irá haver a divisão. Se for uma mitose, começará com a prófase, já se for meiose é uma prófase I. Em ambas, a carioteca irá se fundir ao retículo endoplasmático rugoso e por isso "desparecer" e o nucléolo irá de desfazer pelo espalhamento do RNAr pelo citoplasma, e assim, também "desaparecer". Os dois processos ocorrem em conjunto com a espiralização dos cromossomos. Na mitose, isso termina antes do inicio da pró-metáfase, ou seja, ocorre inteiramente na prófase. Na meiose, termina antes do inicio da segunda parte da prófase 1, ou seja, ocorre inteiramente no leptóteno.

Ao meu ver, a divisão é como uma dança em grupo e todo espetáculo precisa de organização. Não é possível todo mundo ser o principal em todos os momentos, por isso, alguns saem enquanto outros dançam. O suposto "desaparecimento" do nucléolo e da carioteca (que envolve o núcleo) é necessário para que os centríolos possam migrar para os polos da célula em prol de posteriormente ser possível separar o material genético e ocorrer a divisão.

Na telófase da mitose, e na telófase 1 da meiose, o nucléolo e a carioteca vão "voltar no espetáculo", visto que são extremamente necessários e precisam estar presentes nas células que serão geradas, em conjunto com o desenrolamento dos cromossomos (ou seja, vai ocorrer o oposto da prófase). A carioteca envolve, protege e controla o que pode entrar e sair do núcleo e o nucléolo abriga o RNAr e por isso tem relação com ribossomos e proteínas.

Então, na verdade, simplesmente a carioteca se funde ao RER e o RNAr espalha no citoplasma desfazendo o nucléolo por um período, para que os centríolos atuem, e depois se formam novamente nas telófases para gerar células filhas "completas".

Mas lembre-se, é sempre colocado como apenas um "desaparecimento" da carioteca e do nucléolo pois este é um assunto bem específico, com pouca probabilidade de ser cobrado diretamente. Espero não ter errado na explicação e ter ajudado.

Ah, só mais uma coisa :
Se não tivesse nada disso (núcleo, nucléolo e carioteca), não haveria divisão celular. Um exemplo é as hemácias dos mamíferos, que perdem o núcleo, ou seja, são anucleadas e por isso, não se dividem.

Muito bom Carol, excelente linha de raciocínio. Me ajudou bastante. 

É como se os eventos da divisão celular necessitassem de ''espaços'' para serem realizados. 

Abraços.

Fico feliz Hugo, abraços!