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Redação violência contra a mulher ENEM 2015

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Redação violência contra a mulher ENEM 2015 Empty Redação violência contra a mulher ENEM 2015

Mensagem por MylenaScience Qua 03 Ago 2016, 16:04


Nas Constituições Federais brasileiras de 1824 e 1891, não havia nenhum impedimento explícito quanto ao voto feminino. Porém, a cultura machista que vigorava em ambos os períodos era tamanha que a proibição ficava subentendida. Somente em 1932, na Era Vargas, foi permitido o voto às mulheres e, desde então, os direitos femininos se ampliaram e o papel delas na sociedade se modificou, principalmente com sua entrada efetiva no mercado de trabalho. Contudo, um estigma dos séculos passados, infelizmente, permanece no Brasil contemporâneo: os diversos tipos de violência a que muitas mulheres são submetidas.
Como forma de atestar esse problema, pode-se apontar o alto índice de homicídios femininos no país. Com uma taxa de 4,8 assassinatos por 100 mil mulheres, o Brasil ocupa a quinta posição em um ranking de 83 nações em relação feminicídio, crime hediondo que, embora tenha sido tipificado como tal por lei, ainda é negligenciado. Isso pode ser corroborado pelo fato de que, em geral, esses assassinatos, além de serem investigados de maneira precária, são crimes cujos processos são caracterizados pela ideia errônea de que o homicídio contra mulheres não tem grande relevância. Tal mentalidade decorre de uma sociedade patriarcal em que o femínicidio não só era comum como também era autorizado legalmente. A legislação do Brasil Colônia, por exemplo, concedia ao marido o direito de matar a mulher adúltera.
Vale salientar ainda a regularidade da prática da violência psicológica no cotidiano brasileiro, uma forma subjetiva e de difícil identificação a qual é, não raro, mascarada por ciúmes, controle, humilhações, ironia e ofensas contra a mulher, considerada, muitas vezes, por fatores biológicos, submissa ao homem. Esse tipo de agressão provém da construção de comportamentos legitimados socialmente para homens e mulheres e das relações de poder historicamente desiguais entre os gêneros, as quais criam e perpetuam espaços para que a violência ocorra como algo natural. Entretanto, conforme afirma a filósofa Simone de Beauvoir, a hierarquização dos sexos não é uma questão biológica e sim uma construção social.
 
Diante do exposto, percebe-se que é imperiosa uma ação a fim de coibir o problema. Para isso, nota-se a imprescindibilidade de discutir e, ao mesmo tempo, desconstruir comportamentos machistas historicamente legitimados, os quais reiteram a violência contra a mulher. Nesse sentido, uma medida com bons resultados, já adotada em São Paulo, poderia ser estendida a todo o país. Na referida cidade, um filósofo coordena um grupo de ex-agressores por meio de sessões de caráter reflexivo que visam a desconstruir o machismo. Para que esse trabalho atingisse âmbito nacional, o Governo Federal poderia capacitar profissionais para atuarem nos municípios realizando trabalhos com ex-agressores e outros interessados e ministrando palestras em escolas, com o objetivo de incutir nas pessoas uma nova mentalidade. Dessa forma, a discutida violência seria paulatinamente atenuada e talvez, assim, esse estigma brasileiro poderia ser suprimido.
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Redação violência contra a mulher ENEM 2015 Empty Re: Redação violência contra a mulher ENEM 2015

Mensagem por Diego A Qui 25 Ago 2016, 00:26

Nas Constituições Federais brasileiras de 1824 e 1891, não havia nenhum impedimento explícito quanto ao voto feminino. Porém, a cultura machista que vigorava em ambos os períodos era tamanha que a proibição ficava subentendida. Somente em 1932, na Era Vargas, foi permitido [explicitado] o voto às mulheres e, desde então, os direitos femininos se ampliaram e o papel delas na sociedade se modificou, principalmente com sua entrada efetiva no mercado de trabalho. Contudo, um estigma dos séculos passados, infelizmente, permanece no Brasil contemporâneo: os diversos tipos de violência a que muitas mulheres são submetidas [problematização]. [1]

Como forma de atestar esse problema, pode-se apontar o alto índice de homicídios femininos no país. Com uma taxa de 4,8 assassinatos por 100 mil mulheres, o Brasil ocupa a quinta posição em um ranking de 83 nações em relação feminicídio, crime hediondo que, embora tenha sido tipificado como tal por lei, ainda é negligenciado [Dados]. Isso pode ser corroborado pelo fato de que, em geral, esses assassinatos, além de serem investigados de maneira precária, são crimes cujos processos são caracterizados pela ideia errônea de que o homicídio contra mulheres não tem grande relevância [Dedução dos dados]. Tal mentalidade decorre de uma sociedade patriarcal em que o femínicidio [feminicídio] não só era comum como também era autorizado legalmente. A legislação do Brasil Colônia, por exemplo, concedia ao marido o direito de matar a mulher adúltera. [Causa cultural] [2]

Vale salientar[,] ainda a regularidade da prática da violência psicológica no cotidiano brasileiro, uma forma subjetiva e de difícil identificação a qual é, não raro, mascarada por ciúmes, controle, humilhações, ironia e ofensas contra a mulher, considerada, muitas vezes, por fatores biológicos [3], submissa ao homem [consequência]. Esse tipo de agressão provém da construção de comportamentos legitimados socialmente para homens e mulheres e das relações de poder historicamente desiguais entre os gêneros, as quais criam e perpetuam espaços para que a violência ocorra como algo natural [causa]. Entretanto, conforme afirma a filósofa Simone de Beauvoir, a hierarquização dos sexos não é uma questão biológica e sim uma construção social. [4] [5]
 
Diante do exposto, percebe-se que é imperiosa uma ação a fim de coibir o problema [6]. Para isso, nota-se a imprescindibilidade de discutir e, ao mesmo tempo, desconstruir comportamentos machistas historicamente legitimados, os quais reiteram a violência contra a mulher. Nesse sentido, uma medida com bons resultados, já adotada em São Paulo, poderia ser estendida a todo o país. Na referida cidade, um filósofo coordena um grupo de ex-agressores por meio de sessões de caráter reflexivo que visam a desconstruir o machismo. Para que esse trabalho atingisse âmbito nacional, o Governo Federal poderia capacitar profissionais para atuarem nos municípios realizando trabalhos com ex-agressores e outros interessados e ministrando palestras em escolas, com o objetivo de incutir nas pessoas uma nova mentalidade. Dessa forma, a discutida violência seria paulatinamente atenuada e talvez, assim, esse estigma brasileiro poderia ser suprimido. [7]

_____________________
[1] Tese?
[2] Você colocando essas afirmativas no final do texto não constrói uma argumentação consistente. Sabe quando aquele colega conta uma história e só quando no final ele lembra de algo que deveria ter dito no começo para que fizesse sentido, mas agora já e tarde e perderia a graça?
[3] Substitua o "por" e verá que a vírgula não é necessária
[4] Coloque no início do parágrafo a citação, veja se o parágrafo discute o assunto dela. Desta forma, você consegue trabalhar melhor a citação e criar uma argumentação que usa dos mecanismo, no caso da citação. Da maneira que está estruturado seu parágrafo o corretor olha como um adendo, como algo artificial, ou seja, "tive que colocar pra ter nota".
[5] Neste parágrafo ainda, sugiro que inverta a ordem dos argumentos, veja que eu marquei causa e consequência, faça os nessa ordem, flui melhor no momento da leitura.
[6] Seu tópico ficou muito "resumão". Releia seu texto, ele está bom, a questão é que você precisa deixar claro pra si mesma o que você escreveu, só assim sua conclusão terá a devida autonomia e estará de acordo com o texto.
[7] O conteúdo da sua conclusão está legal, eu sugiro só, então, pra você tentar sintetiza-la um pouco mais.

Espero não ter sido intransigente, uma expressão ou outra usei para destacar melhor os erros e para que você dê mais atenção a isso. Novamente, seu texto está bom, mas você pode melhorar. Ficarei no aguardo da reescrita. Wink

Tema: 120 pts
Sobre o critério: Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio adequado do tipo textual dissertativo-argumentativo.

Argumentação: 80 pts
Sobre o critério: Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articulação e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação em defesa de seu ponto de vista.

Coesão: 120 pts
Sobre o critério: Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.

Conclusão/Solução: 160 pts
Sobre o critério: Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no text.

Norma: 120 pts
Sobre o critério: Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita..

Pontuação de 1000 pontos possíveis600
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Mensagem por MylenaScience Qui 25 Ago 2016, 21:38

Obrigada pela avaliação, Diego! Vou seguir as recomendações.
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Mensagem por MylenaScience Qui 25 Ago 2016, 21:45

Ah, uma dúvida, porque a primeira frase do segundo parágrafo não está adequada? E o "ainda" em vale salintar ainda?
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Redação violência contra a mulher ENEM 2015 Empty Re: Redação violência contra a mulher ENEM 2015

Mensagem por Diego A Sex 26 Ago 2016, 00:14

Nao lembro de ter visto alguma lista com esse elemento. Troque-o por 'Vale ressaltar que' é mais seguro, daí sem a vírgula

____________________________________________
*Se sua dúvida foi solucionada, marque o tópico como resolvido e agradeça quem ajudou.
*Não crie novo tópico para questão existente, comente junto dessa. (V)
*O enunciado da questão deve ser digitado. Também não são permitidos links externos para o enunciado e/ou para a resolução. (IX e X)

"A liberdade, se é que significa alguma coisa, significa o nosso direito de dizer às pessoas o que não querem ouvir."

Discussões no PiR2: Sexualidade - Foucault // Vias filosóficas
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Mensagem por MylenaScience Sex 26 Ago 2016, 22:34

Ok, obrigada!
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