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Vida em outros planetas

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Mensagem por Convidado Sex 12 Fev 2016, 23:24

A galáxia mais próxima da nossa é a Espiral de Andrômeda. Ela contém milhares de estrelas, muitas das quais semelhantes ao nosso Sol. O universo contém mais de 1 bilhão de galáxias. Cada galáxia, assim como a Andrômeda, contém milhares de estrelas. É interessante especular: nos planetas que órbita essas estrelas, será que existem estudantes assim como você, procurando entender a origem da vida ? Os cientistas estimam que no Universo existem cerca de 100 000 000 000 000 000 000 de estrelas com características físicas e semelhantes à do nosso Sol e que pelo menos cerca de 10% dessas estrelas possuem sistema planetário ao seu redor. Se apenas um em cada 10 mil planetas ao seu redor. Se apenas um em cada 10 mil planetas tiver o tamanho equivalente Io da Terra e estiver à mesma distância do seu sol, podemos pensar que a vida semelhante à que conhecemos teria surgido nesses planetas ? Existem indícios de formação de matéria Orgânica fora da Terra? Quais são eles?

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Mensagem por Yuri Pantoja Sáb 13 Fev 2016, 00:55

José, o universo é aproximadamente 90,000,000,000 anos luz de comprimento e largura, tem  pelo menos 100,000,000,000 de galáxias primas à nossa e cada uma dessas galáxias tem aproximadamente 100,000,000,000~1,000,000,000,000 estrelas. Com as leis de kepler aprendemos que os planetas são muito comuns também e a maioria deles possui características semelhantes às da Terra. Isso realmente levanta questões acerca da existência de mais bilhões e bilhões(homenagem ao Carl Sagan) de planetas com, de fato, vida. Assim, meu amigo José, lhe afirmo que mesmo que exista vida lá fora, ela está fora de nosso alcance para todo o sempre. Pois, assumindo a expansão constante do universo, mesmo que tivéssemos uma espaçonave que viajasse a constante velocidade da luz, humanos demorariam bilhões de anos para sair do chamado "grupo local"( ~via láctea~).Seria viável, com tais informações, trabalharmos em uma escala menor.
Na via láctea existem 20,000,000,000 de estrelas iguais ao sol e a maioria possui planetas semelhantes à terra em sua zona habitável. Um terço desses planetas estão, por análise, propícios a ter vida semelhante à nossa, porém muito distante. Para teres uma noção: se apenas metade de 1% desses planetas na zona habitável forem propícios a vida, teríamos,assim, apenas na via láctea, mais de 1,000,000 de planetas que nem a terra! Muito bom, certo? Aliás, a via láctea é onde moramos. José, não é bem assim, veja que nós demoramos para ir até Martin cerca de 150~300 dias e isso se sairmos no momento em que ele está mais perto de nós!!! A distância de Martin até a terra é 52 milhões de quilômetros e nós demoramos 150~300 dias. E a luz? A luz viaja a 3.10 na oito metros por segundo! Sabe quanto tempo ela demora? 2,4 minutos! Pois bem, saiba que precisamos atingir a velocidade da luz para que possamos nos maravilhar pelo universo.
Mas espere, apenas depois de 1 bilhão de anos a partir do início da formação da via láctea os planetas começaram a surgir, e a terra não está inclusa pois ela é muito nova, então provavelmente houve trilhões de chances de desenvolver vida em outros planetas. Quem garante que não se desenvolveu? Existem teorias que abrangem as mais diversas probabilidades:
1. Escala de Kardashev --> uma civilização tão evoluída que poderia usufruir de todos os meios energéticos em seu planeta, o que dificilmente interessaria-os sair de seu sistema, e ainda criar a chamada esfera de Dyson. Esse projeto consiste em captar a energia do sol ao botar uma esfera ao longo dele. Maluquice, não? Em principio, VERDADEIRO! 
2. Filtros protetores ( paradoxo de fermi )--> existem sim vidas lá fora, elas botaram um filtro inalcançável para nossa tecnologia atual e esperam nossa evolução para tirar tudo de nós. 
3. Talvez no passado o universo era muito mais hostil e, consequentemente, não deixava se criar qualquer forma de vida. Apenas recentemente ele se esfriou, o cinturão de asteróides próximo a nós se acalmou e deu espaço e tempo para vida. Se isso for verídico, seremos a primeira civilização inteligente no universo inteiro!
Por fim, concluímos que existem muitas teorias acerca de vida lá fora. O paradoxo de fermi ainda sugeri que se caso existam mesmo filtros, e assumindo que eles sejam: extinção das espécies, mudança de clima e por ultimo a destruição do planeta por questões diversas. Estamos mais próximos do que pensamos de nosso fim, as mudanças climáticas são notáveis atualmente e nosso poder bélico está cada vez mais forte. Talvez a vida lá fora esteja nos esperando para que nós unamos a sua grandiosa inteligência, talvez nenhuma civilização conseguiu superar velocidades que as permita se deslocar a distâncias tão gigantescas ou talvez nos sejamos os primeiros a fazer descobertas incríveis e magníficas sobre os becos de nosso universo. Boa questão para refletir! Apenas nos abre mais dúvidas. 
Uma abraço, Yuri Pantoja.

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Mensagem por Convidado Sáb 13 Fev 2016, 13:23

Caramba Yuri, reposta perfeita! 
Eu tirei esta questão do livro da Sônia Lopes de 2005, vi que minha resposta não era lá essas coisas e pensei que não tive de hesitar, já que a questão é muito complexa. 
No tocante à vida em outros planetas, eu acredito que a vida exista lá fora porque existem bilhões de planetas, e não é possível que haja apenas dezenas de civilizações como a nossa. 
O que é "A luz viaja a 3.10 na oito metros por segundo", o que significa isso?
Eu assisti um vídeo sobre Escala de Kardashev, é possível uma civilização mais avançada que nós possa modificar o próprio Sol para assim esta suposta civilização possa viver para sempre?
2.Sobre os filtros, poderia me explicá-los melhor? O que são esses filtros? Esse assunto para mim é complexo, mas é super legal, não é à toa que eu quero estudar em universidades no exterior ( as universidades estadunidenses servem para mim). 
3. Por quê nó seríamos a primeira civilização no universo? Concordo em gênero e número, mas ainda tenho muitas perguntas sobre o universo, e cada dia tenho mais quando eu estudo.
Nós estaríamos mais próximos ao nosso fim por causa do aquecimento global, escassez de água, essas coisas todas?

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Mensagem por Yuri Pantoja Qui 18 Fev 2016, 00:02

José, no excerto: "A luz viaja a 3.10 na oito metros por segundo[...]" tem o mesmo significado que "[...] [...]".


Dificilmente uma civilização extremamente avançada terá interesse em ter um sol "vitalício". É claro que meu argumento é apenas um simples relato de alguém que não conhece as possíveis tecnologias existentes em civilizações mais experientes que nós, quem sabe já não desenvolveram? A teoria de Dyson, como lhe citei, é uma espécie de esfera cujo raio é obviamente maior que o do sol. A função dele seria captar o máximo de energia possível das radiações emitidas pelo Sol, para que assim possa ter 100% de aproveitamento de energias oferecidas pelo seu sistema exterior. A questão para esse tipo de dedução é a seguinte: como aproveitar 100% das energias disponíveis? Saiba que não aproveitamos nem 1% do que temos disponível, aliás, meu colega e amigo do fórum, não conseguimos nem controlar as explosões de hidrogênio e precisamos montar usinas inteiras para desmembrar apenas um átomo. Imagine, o quanto de energia poderíamos obter a partir de todos os meios disponíveis apenas na TERRA? Isso nos levanta mais uma questão: Ué, supondo que uma civilização inteligente pudesse armazenar uma tremenda quantidade de energia apenas de seus recursos internos, porque iriam montar uma esfera em torno do Sol? O que nos levanta a mais questões, tais como: Quanta energia civilizações inteligentes consomem, etc... O que nos deixa curiosos é a longevidade do sol, que consequência teria se ele apagasse? Para as supostas civilizações que estamos conversando acerca, o fim do Sol significaria o fim de luz e o fim da luz significa o fim de praticamente TUDO no planeta Terra, certo? Mas e se essas civilizações tivessem absorvido tanta energia que não precisassem mais da energia proveniente do sol? Isso nos levaria a outros fatores, tais como a necessidade da civilização da luz ou o quanto de radiação essa tal espécie necessita para sobreviver... O simples desaparecimento do sol no sistema solar não seria visível instantaneamente, demoraria 8 minutos, pois a luz demora aproximadamente 8 minutos para chegar até a Terra, e com a falta do Sol, diga-me amigo: Como a Terra iria realizar seu sistema de translação? E como o planeta X da civilização de que estamos conversando sobre iria se sustentar? Com o desaparecimento do Sol, sua força gravitacional também desapareceria. Com uma simples fórmula de ensino médio vemos que a força gravitacional depende de ambas massas:
 
 

Se o Sol desaparece, os dois planetas em questão( Terra e planeta X) iriam seguir em uma trajetória reta para sempre... Sua velocidade de translação seria sua velocidade inicial e apenas iria mudar se em algum momento se deparasse com um objeto ou outra estrela ou planeta gigantesco, de tal forma que atraísse a Terra com uma força gravitacional suficiente para acoplar a Terra ao seu sistema local. O mesmo serve para o planeta X, ao menos que a civilização em questão tenha uma tecnologia capaz de aproximar a velocidade de seu planeta a 0, de modo que não conflita com nenhum cinturão de asteroides,  meteoro ou até planetas distintos, eles conseguiriam ter uma vida normal... Interessante questão. Entretanto, nos leva à muitas outras.
-->Continua... Amanhã escreverei sobre a segunda questão, ela requer muita cautela e cuidado.

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Mensagem por Yuri Pantoja Sáb 20 Fev 2016, 09:08

O que são os filtros citados na teoria de Enrico Fermi?

Segundo cientistas, os filtros, resumidamente, são impasses que prejudiquem ou exterminem vida nos planetas. A questão surgiu do seguinte pensamento:  o universo tem em média 13 bilhões de anos, os primeiros planetas surgiram por volta de 1 a 2 bilhões de anos depois da suposta explosão inicial (Big Bang¹), antes desses 1 a 2 bilhões de anos o ambiente em que tal zona se situava era extremamente hostil, ou seja, com constantes explosões e temperaturas altíssimas que não permitiam vida no universo , até aonde sabemos. Com isso, sobraram 11 bilhões de anos para surgir uma nova civilização, e assumindo que eles demorem, assim como os humanos, 4,49 bilhões de anos para evoluir ao ponto de ter vida inteligente presente em sua civilização, lhe restam 6,5 bilhões de anos, contra os 3,000 que tivemos para nos enriquecer de conhecimentos e experiências. Se eles tiveram 6,5 bilhões para se desenvolver e explorar tanto sua galáxia como a dos outros, então onde está todo mundo?

Desta breve explicação surgiu a teoria de Fermi, ela propõe algumas respostas para essa pergunta:


1.Filtros naturais que o universo nos impõe, tais como epidemias, meteoros, objetos vindos do cinturão de asteroides ( não tão distante de nós), cuja finalidade não permita uma civilização durar, em escalas leigas, o tanto quanto os dinossauros duraram, ou seja, aproximadamente 145 milhões de anos. Os sinais desses filtros seriam os mais corriqueiros e emergentes do século 21: mudança de clima, bombas nucleares e inteligência artificial.


1.1   Nós, terráqueos, passamos pelos filtros e atualmente vivemos em um momento de “iminência” para uma nova extinção em massa. Segundo a universidade de Oxford², em seu breve estudo da conhecida Future of Humanity Institute technical report, o risco de  uma extinção total chega à 19% até 2100. Pensastes que estávamos distante do tão pronunciado fim? Temos 1/5 de probabilidade de sermos exterminados até 2100, talvez nós estejamos vivos para presenciar tal situação, quem sabe? No mesmo estudo do FHI, ainda ressaltam:
“Views on emerging technologies such as nanotech, AI, and cognition enhancement were mixed: some proposed avoiding funding them; others deliberate crash programs to ensure they would be in the right hands, the risks understood, and the technologies able to be used against other catastrophic risks.”(Global Catastrophic Risks Survey by FHI, 2008)
Repare, meu amigo, na tradução da frase grifada : “[...] programas auto programáveis que certifiquem as intenções buscadas[...]”
Somos nós capazes de controlar nossas próprias invenções? Talvez o surgimento da atual Inteligência Artificial seja o nosso próximo filtro destruidor. Provável será a última indagação que nós humanos faremos: apenas aperte esse botão e todos nossos problemas estarão resolvidos. E que assim comece a dizimação total de nossa civilização, como Stephen Hawkings sugeriu.

O espírito benfazejo evita arraigar em nossos genes, prefere ter arraigado em si o espírito inexorável, poderoso e vaidoso. Baseado em um pensamento empírico, analisamos claramente o que acontece dentro de nossa sociedade: a cada dia são anunciadas pesquisas que medram ali ciência capaz de produzir inteligências artificiais. Será que temos responsabilidade suficiente para tomar rumos favoráveis com tal invenção? Não foi o que aconteceu com a bomba atômica, quando os Estados Unidos e a União Soviética insistiam com sua corrida armada infantil. Esse filtro sugerido por Enrico Fermi pode estar mais próximo do que parece meu caro, já passamos por 1 deles quando os dinossauros foram extintos. Será o próximo futurístico? Demorará pouco para robôs inteligente concluírem que nossa raça faz apenas o mau para o planeta Terra.

1.2   O universo apenas acalentou sua zona recentemente e esperanças para vida nos últimos milhões de anos, ou seja, vida apenas surgiu a pouco tempo atrás e, ao contrário do que imaginamos, somos a primeira civilização e dispostos sejamos para conquistar a Via Láctea inteira. Tal ramificação também sugere que a vida inteligente precise de tempo e situação favorável para seu desenvolvimento, pois somos muito frágeis a qualquer tipo de epidemia ou ataque intergaláctico. No estudo Doomsday Argument, by Jonathan Oliver and Kevin Korb, da célebre universidade de Monash na Austrália, os autores convencem diversos pesquisadores de que o fim está muito próximo. Os excelentíssimos botam em perspectiva, através de cálculos matemáticos complexos que não convém botar aqui, a probabilidade estatística real de uma catástrofe acontecer. E acredite, são altas... Afirmam que talvez nossa civilização seja a primeira a passar por um filtro e sobreviver, e a probabilidade é mínima de passarmos pelo próximo. 


1.3   Esta é muito simples: existem sim vidas lá fora e eles não  receberam nossas mensagens. Aliás, nós tivemos capacidades de enviar mensagens para fora da terra à apenas 100 anos pra cá. 100 anos é muito pouco tempo para informação viajar, e bote pouco nisso. Veja a escala:                                           





De acordo com a numeração:
1.       http://www.space.com/25126-big-bang-theory.html
2.       http://www.fhi.ox.ac.uk/gcr-report.pdf
3.       http://www.npr.org/sections/13.7/2013/04/02/175908481/how-close-is-doomsday

Saiba mais:
http://www.seti.org/drakeequation
http://www.seti.org/seti-institute/project/details/fermi-paradox

Yuri Pantoja
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Mensagem por Convidado Ter 23 Fev 2016, 15:48

Nossa, outra incrível resposta! Muito obrigado por ter sanado todas as minhas dúvidas!
Há propósito, Hawking já mudou de lado, dê uma olhada aqui: https://br.noticias.yahoo.com/para-stephen-hawking--n%C3%A3o-devemos-temer-m%C3%A1quinas-ou-rob%C3%B4s--e-sim-o-capitalismo-200434795.html

Você acha mesmo que até 20125 a NASA vai encontrar a complexa vida extraterrestre?

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